domingo, 3 de maio de 2015

Novela Chega mais-Tv Globo(abertura com Rita Lee-a mesma canta no Globo de Ouro linda de viver!confira o video abaixo)



Os 35 Anos de “Chega Mais", a Antinovela




Chega Mais 1
Gelly (Sônia Braga) e Tom (Tony Ramos)

“Eu conheço essa cara, essa fala, esse cheiro,
Essa tara de lobo, esse fogo, esse jeito!
Escandaloso, você é guloso
E quer me sequestraaaaar!”

Com esses versos da divertida música “Chega Mais” (de Rita Lee e Roberto de Carvalho),
iniciava-se, há exatos 35 anos, a saga de Tom e Gelly, no horário da
sete da Globo. A novela propunha a trama de um casal que se amava mas
que vivia brigando, feito cão e gato – ou gato e rato, no caso. O título
ia ser “Tom e Gelly”, mas a Globo não acertou os direitos sobre o nome - por causa da marca internacional “Tom & Jerry”. Inclusive, o tema de abertura seria outra música de Rita Lee, do mesmo disco: “Corre Corre”.

Chega Mais 1Por fim, optou-se por “Chega Mais”.
E a abertura tinha tudo a ver com o título: vários casais se
aproximando, de várias formas. Pode parecer uma bobagem aos olhos de
hoje, mas aquela sequência do casal juntando seus traseiros na cama
causou frisson no longínquo ano de 1980.

Dois dos atores mais populares da época interpretaram o casal que vivia às turras: Sônia Braga e Tony Ramos, ele com uma barba enorme (que tirou ao longo da trama). “Chega Mais” foi a última novela de Sônia antes de ela mudar-se para os Estados Unidos de vez e iniciar sua carreira internacional.

Naquele tempo, a Globo procurava um novo caminho para as comédias românticas do horário das sete. Silvio de Abreu tentou incluir comédia rasgada em “Pecado Rasgado” (1978), mas um desentendimento com o diretor Régis Cardoso fez seu projeto afundar. Bráulio Pedroso homenageou as chanchadas da Atlântida com muito humor em “Feijão Maravilha” (1979), mas o resultado ainda foi tímido.

Chega Mais 1
 Vilma (Nádia Lippi), Guto (Ney Sant´Anna) e Roberto (Reynaldo Gonzaga)

Com “Chega Mais”, uma nova tentativa, dessa vez com o cronista Carlos Eduardo Novaes (sob supervisão de texto de Walther Negrão). Foi o único trabalho de Novaes na televisão. O autor propunha uma espécie de “antinovela”, em que um casal de trapaceiros subvertia a fórmula dos casais românticos de então.

Tom e Gelly se amavam, mas um enganava o outro. Tom
mentia para a noiva que era rico, mas estava de olho na fortuna da
família dela. Gelly, por sua vez, escondia dele que sua família estava
na pindaíba. O primeiro capítulo da novela foi antológico: como parte de
um plano de Tom, ele simula o próprio sequestro no dia de seu
casamento, exigindo da família de Gelly o pagamento de um resgate.

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 Lúcia (Renata Sorrah) e Amaro (Osmar Prado)

Já nas primeiras cenas da novela, os autores usam de humor nonsense.
Na casa de Gellly, não param de chegar bandejas e mais bandejas de
prata, como presentes de casamento da grã-finada convidada para a
cerimônia. E Tatá, o desmiolado irmão caçula de Gelly (interpretado pelo
então jovem Daniel Dantas, em sua estreia em novelas) tira do armário um terno cheio de teia de aranha.

A mãe de Gelly, Águida (Renata Fronzi)
se decepciona com o resultado do casamento, já que ela achava que Tom
seria a salvação da falência financeira de sua família. Sua cartomante, a
trambiqueira Madame Zoraide (Ana Ariel)
prevê que Gelly se casará com um diplomata estrangeiro. Assim, a
vidente arma para que Águida conheça seu filho, o camelô Zico (Rui Rezende),
disfarçado do diplomata americano Paul Cleveland - com sotaque e tudo.
Mas Gelly descobre a armação, já que ela conhecia Zico, que era seu
amigo, e mesmo assim mantem a farsa, como forma de punir a mãe
interesseira.

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 Tia Lili (Elza Gomes)

Zico, ou melhor, Paul Cleveland, por sua vez, desperta a paixão na empregada deslumbrada Jacira (Sônia de Paula), e os dois começam a namorar em segredo. Eu tinha onze anos quando assisti “Chega Mais”,
essa novela faz parte de minha memória afetiva, e essa trama de Zico e
Madame Zoraide enganando Águida era uma das que eu mais gostava.

A novela tinha outra história de grande apelo: a desiludida Lúcia (Renata Sorrah), amiga de Gelly, sofrendo com o casamento desfeito, se vê às voltas com o baiano aspirante a músico Amaro (Osmar Prado), formando um casal inusitado e improvável. Ele acaba se lançando na carreira musical como o cantor popular Ted Lover.

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